Arrumando o Verão
Durante a nossa vida, por vezes, necessitamos de refletir no nosso passado, presente e tornar a fazer planos para o futuro, desta vez decidi começar pelo meu corpo e estou a fazer dieta, deixei de comer carne porco e muitas outras coisas que normalmente comemos, por hábito, ou gulodice e que em nada nos fazem falta. Só quem faz o que estou a fazer (dieta rigorosa), descobre quanta coisa ingerimos desnecessariamente e que em nada contribui para vivermos saudavelmente.
Em seguida decidi dar uma volta à casa para ver o que com o passar do tempo já não me fazia falta, então tirei do fundo das gavetas, lembranças que não uso e não quero mais.
Deitei fora alguns papeis que com os anos já nada me dizem, algumas ilusões..., papéis de presentes que nunca usei, garrafas de vidro há espera de mensagens por lançar ao mar, deitei fora a raiva e a tristeza, as flores murchas que estavam dentro de um diário há muito escrito. Olhei para os meus sorrisos futuros e alegrias pretendidas, coloquei-as num cantinho bem arrumadinhas.
Abri os armários das roupas de inverno. As gavetas da primavera, e os baús do Outono
Fiquei sem paciência!...
Tirei tudo de dentro do armário e fui deitando no chão, paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste, roupas estreitas, cobertores desusados, substituídos por edredões, coisas importantes que deixaram de o ser.
Mas lá também havia outras coisas... e belas!!!
Fui me encantando e distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças,
uma pratinha de bombom alisada, um porta-chaves em tempos utilizado e do qual eu tanto gostava, um relógio que parou no tempo, do tempo em que o tempo demorava tempo a passar, quando sonhava ter 18 anos para ser mulher independente, tantas ilusões de adolescente, conchas e mais conchas de praias que não recordo mais.
Aquele papel de carta tão lindo, que ficou por usar, por ser tão bonito ou por não ter a quem escrever, aquele cravo seco de uma revolução.
Sentei-me no chão, para poder separar tantas recordações, umas por tristeza, outras por carinho.
Pouco ficou depois da arrumação, somente as que ainda me magoam, essas ficaram num canto para um dia ver o que farei com elas, se as esquecer lá ficarão, se ainda me magoarem, serão enviadas para o lixo.
Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, pois quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante!
Aí, fui aquele cantinho, naquela gaveta que nós guardamos tudo o que é mais importante, o amor, a alegria, os sorrisos, um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos..., como foi bom relembrar tudo aquilo!!!
Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei muito bem os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as à mostra, para todos os dias as ver.
Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e pendurado bem à minha frente, coloquei a minha
capacidade de amar..., e principalmente de RECOMEÇAR...
Qualquer semelhança com outros textos são, pura coincidência.
Viagens antes da pandemia
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Barcelona a cidade que se onde se descobre sempre uma beleza escondida.
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Há 3 anos